Constituição e Lei Maria da Penha ganham tradução em idioma indígena
Tradutores indígenas estão trabalhando na tradução para o nheengatu.
A Constituição Federal está sendo traduzida para o nheengatu, língua de origem tupinambá que é falada por diversos povos que vivem na região amazônica. Quinze tradutores indígenas estão fazendo o trabalho de tradução, que deve ser concluído em outubro, quando a obra será lançada em uma cerimônia especial, na cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM). Outro projeto também pretende traduzir a Lei Maria da Penha para idiomas indígenas.
A iniciativa de fazer a tradução da Constituição é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e está sendo coordenada pelo presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, e pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Ribamar Bessa. A tradução da Lei Maria da Pena, por sua vez, atende a uma demanda apresentada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
O nheengatu
Conhecido como língua geral amazônica, o nheengatu começou a se formar de maneira espontânea, por meio do contato entre indígenas de diferentes etnias. Devido a influência dos portugueses, no entanto, o idioma passou por diversas transformações, principalmente porquê os missionários religiosos tentaram gramatizá-la e padronizá-la.
O nheengatu tem uma relação importante com a língua portuguesa, e por isso a iniciativa de traduzir importantes textos jurídicos para o idioma, ampliando assim o diálogo com os povos que o utilizam. A ideia é, também, ampliar o acervo da Biblioteca Nacional voltado e relacionado aos povos indígenas e outras populações tradicionais brasileiras.
Esta reportagem foi publicada originalmente no site Educa Mais Brasil, em 19 de maio de 2023.
Créditos da imagem: Unsplash.