Inédito no país, ‘Relatos da China e da Índia’ ganha tradução brasileira

Relatos de observadores islâmicos são documentos valiosos das relações entre culturas e suas representações históricas

Pouco mais de dois séculos depois da hégira de Medina a Meca do profeta Maomé (571-632) – viagem que estabelece o marco inicial do calendário lunar islâmico – o império do islã se encontra na interseção das mais importantes linhas comerciais do mundo. Ao longo da Rota da Seda, cidades muçulmanas prosperam; portos árabes se abrem ao Golfo Pérsico, aos mares Vermelho, Mediterrâneo e Arábico. Mercadores, navegantes, pessoas que estudam a fé, emissários, carteiros e tantos outros se lançam às terras desconhecidas da Índia, do Sudeste Asiático e da China, – mundos de povos e culturas estranhos –, estabelecendo relações entre os principais polos de poder do califado e governantes da Ásia Oriental. Abrir mercados e interagir com novos saberes é também abraçar a exortação do profeta: todo muçulmano deve buscar o conhecimento, nem que seja na China. E pela escrita, imortalizá-lo

Assim nascem os relatos das viagens para desbravar as terras a oriente do império islâmico, pelas mesmas redes de comércio marítimo, que um dia levaram a mensagem de Maomé: tornam-se pujantes rotas comerciais, transformam as cidades árabes em mercados do mundo. Nas palavras de um prisioneiro chinês da batalha do rio Talas (751) – entre abássidas e exércitos da dinastia Tang –, sobre Bagdá naquele período: “Tudo o que se produz na terra se encontra lá. Carrinhos carregam incontáveis produtos aos mercados, onde tudo está disponível e barato. Brocado, seda bordada, pérolas e outras pedras preciosas estão expostas em todos os mercados e lojas de rua.”É sobre essa grande aventura dos séculos 9 e 10, num momento em que a civilização árabe islâmica vive o seu apogeu, que versa “Relatos da China e da Índia”(Tabla), o mais antigo texto conhecido em língua árabe que narra, sob o olhar islâmico, o dinâmico intercâmbio comercial e cultural entre povos do “grande mar oriental”.

Um único manuscrito sobrevivente de “Relatos da China e da Índia”é conhecido e está depositado na Biblioteca Nacional da França. Agora, foi lançado pela Tabla em publicação inédita no Brasil, traduzido por Pedro Martins Criado, pesquisador de estudos árabes, bacharel em árabe e em português, doutorando em Letras Estrangeiras e Tradução da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. “A expansão do império islâmico intensificou a demanda por conhecimento a respeito das regiões abarcadas pelo califado, culminando no surgimento de uma espécie de vertente literária, os relatos, na reunião de textos de diversos autores, em que se fundem cartografia descritiva, costumes de povos, lendas, maravilhas, versos poéticos, rotas de comércio”, explica Pedro Martins Criado.

Na China, os relatos apontam para um estado, já nos séculos 9 e 10, preocupado com a educação de seu povo – todos, pobres, ricos, jovens e velhos – aprendem a caligrafia e escrita. Um país de cultura marcadamente mercante: há moeda local definida para as transações comerciais, assim como também é organizado o sistema de tributação e controle da entrada e circulação nas mercadorias. “As transações são feitas apenas com moedas de cobre e os cofres são como os dos outros reis, mas nenhum rei usa moedas como a única espécie do local”, descreve um dos textos, informando que os soberanos também possuem ouro, prata, pérolas, brocados e seda, além de marfim, olíbano, lingotes de cobre, carapaças do mar (couro das costas das tartarugas), além dos chifres do buchan (rinocerontes indianos), utilizados para fazer cintos. Tais riquezas são classificadas como “mercadorias”, adquiridas pelo rei. “E as moedas são a espécie”, acrescenta.

Quando os navios estrangeiros aportam na China, prossegue o texto, os chineses apreendem suas mercadorias e as armazenam em casas, garantindo a sua supervisão por até seis meses, dando tempo para que alcancem o porto os últimos navios daquele semestre. “Então, tomam-se três décimos das mercadorias de cada um, e o restante é devolvido aos mercadores”, prossegue a descrição. Depois de taxar, o soberano se preocupa com a continuidade da atividade mercantil: tudo aquilo que precisa do estrangeiro compra dos mercadores pelo preço mais alto e mediante pagamento à vista. “Entre as coisas que os reis adquirem, está a cânfora, por cinquenta fakkuj a manna (unidade de peso) – um fakkuj são mil moedas. Se o soberano não adquire essa cânfora, ela passa a custar metade do preço fora”, informa.

Em torno dos ritos do poder, há regras. Abaixo dos soberanos, estão os governantes responsáveis pela gestão das cidades. “Nenhum deles toma posse como governante se tiver menos de quarenta anos, pois somente então, eles dizem, ‘a experiência o tornou prudente’”, registra o texto. O governante não se senta para julgar nada antes de ter comido e bebido, para que não se equivoque. Só examina requisições por escrito, prossegue o texto, considerando que as requisições são inspecionadas antes de serem entregues ao governante, pois são refutadas se contiverem erros. “Assim, só escreve ao governante um escriba que conheça a lei; ele registra na requisição ‘escrito por fulano, filho de fulano’para que, caso ela contenha um erro, atribua-se a represália ao escriba, que então apanha com bastões de madeira”, afirma o texto.

Sobre a cultura que rege o comportamento desejado em sociedade pesam regras coercitivas como pena de morte e surras. Em caso de adultério, o culpado é executado, explica um dos autores. Se há falecimento na família, os parentes devem chorar por três anos. “Quem não chora apanha com bastões de madeira, sejam mulheres ou homens. Eles dizem: ‘Você não está de luto por seu morto’”. Também tomam varadas pessoas que vão à falência com o dinheiro alheio. Os credores pagam para que a pessoa que deve permaneça na prisão. Mas, caso descubram que a pessoa que deve escondeu posses que cubram a sua dívida, é retirada da prisão e todo mês apanha nas nádegas, porque ficou na prisão comendo e bebendo às custas dos credores, possuindo recursos. E caso não tenha dinheiro para cobrir a dívida, a pessoa que deve também apanha, sob a advertência: “Você não tem nada melhor para fazer, a não ser tomar das pessoas o que é delas por direito e sumir com isso ?”. Ao final das pancadas, se constatado que o devedor não tinha dinheiro, nem estratégia para restituir credores, o tesouro público arcava com o ônus e proclamava: “Quem fizer negócios com este homem será executado”. 

Há uma preocupação nos relatos, após a certificação da confiabilidade da fonte, em narrar fatos de interesse comercial, político e também crenças e casos que aguçam o interesse e curiosidade do leitor sem julgamento moral, de valores que se chocam com o Islã. “Todos os reis da Índia e da China creem na transmigração das almas e a consideram uma das bases da fé”, destaca um dos textos, que discorre sobre a história de um governante que, tendo sobrevivido à varíola, ficou com a face desfigurada. “Olhou-se no espelho e viu como seu rosto ficara repugnante. Ele visitou um dos filhos de seu irmão e lhe disse: ‘Não é próprio àqueles como eu permanecer neste corpo depois que ele mudou tanto. De fato, o corpo é o invólucro da alma; quando dele ela se esvai, retorna em outro. Seja rei, pois estou separando meu corpo e minha alma, até descender em outro corpo’. Então, pediu uma adaga afiada e ordenou que sua cabeça fosse cortada com ela; depois ele foi cremado.”

Obra em dois volumes

“Relatos da China e da Índia”é um livro de dois volumes. O primeiro volume, reúne textos de autorias desconhecidas, sendo frequentemente atribuído a Sulayman al-Tajir – ou Sulayman, o Mercador –não obstante o pesquisador e tradutor Pedro Martins Criado assinale que a hipótesemais plausível é de que reúna testemunhos e histórias de múltiplos informantes, sobretudo mercadores e marinheiros de cidades portuárias como Basra, Siraf, Omã e Iêmen, entre os quais Sulayman seria um deles. Os relatos de viagem do segundo livro foram compilados por Abu Zayad al-Hasan alSirafi, sobre quem se conhece pouco, acreditando-se que tenha sido, à sua época, uma pessoa culta, de posses, aparentada com o governador de Siraf, e interessada em coletar e registrar informações de viajantes e mercadores. Abu Zayad é mencionado pelo historiador, filósofo, geógrafo e viajante al-Mas’udi (896-956), – cuja obra tem para a historiografia, importância comparada à de Heródoto. Nascido em Bagdá, al-Mas’udi é autor de dezenas de livros, entre as quais, “Pradarias”, em que menciona ter se encontrado duas vezes com Abu Zayad al-Hasan al-Sirafi, na cidade iraquiana portuária de Basra, ao embarcar para Índia e em seu desembarque, nos anos de 914 e 915.

Embora não tenha viajado, Abu Zayad, possivelmente foi assíduo frequentador de mercados e dos portos islâmicos. Eram estes, segundo explica Pedro Martins Criado, importantes espaços de interação entre mercadores, pessoas que financiavam grandes viagens, marinheiros e viajantes que se lançavam na grande jornada pelo mar oriental, além de contadores de histórias, que ali encontravam narrações do estranho e novo mundo. “No segundo volume, o teor prático das mesmas temáticas ganha papel secundário, cumprindo a função de desencadear narrativas, lendas, maravilhas, que falam muito sobre da interação de muçulmanos com a cultura dos outros povos”, afirma Pedro Criado.

Entrevista/ Pedro Martins Criado (tradutor)
“O livro é dedicado a registrar coisas maravilhosas e valiosas” 

Como foi despertado o seu interesse pela língua árabe e pela história do mundo árabe pré-moderno?

Não é por motivo de ascendência nem religioso: não tenho ascendência árabe, nem sou muçulmano. Desde que eu entrei na Faculdade de Letras, o meu propósito em estudar a língua árabe foi para o estudo histórico, ler as fontes árabes no original, trabalhar não com literatura contemporânea, mas aprender a língua árabe para os estudos de tempos afastados, dessa literatura, que no contexto islâmico chamamos de literatura clássica. Dediquei-me a uma temporalidade que me interessava mais do que as coisas contemporâneas. Então já fui para o árabe predisposto a pesquisar documentos históricos mais antigos. Tenho esse interesse pela cultura árabe e atração pela história dos tempos pré-modernos, a Idade Média e me dei conta, que a gente aprende muito sobre Europa, Grécia, Roma, França, Inglaterra. Mas não se estuda quase nada sobre o Oriente. Eu sentia muito essa necessidade, porque tive contato com um professor que incentivava os alunos a estudar vários temas do Oriente, menos convencionais. Embarquei nessa motivação, pois tinha muito interesse por história, e percebi que a minha formação era muito defasada em relação à história dos povos árabes e da história do islã. Percebi que era uma área pouco pesquisada e a falta de conhecimento sobre esse contexto específico também me atraiu.

Em sua avaliação, o Ocidente reconhece e dá crédito ao mundo árabe pelos conhecimentos que dele absorveu, civilização que, no período histórico de “Relatos da China e da Índia”, séculos 9 e 10, vivia um momento de esplendor?

A própria filosofia grega deve muito à preservação árabe, para depois voltar para a tradição europeia pelos latinos. Os árabes tiveram uma importância muito grande na transmissão desse conhecimento, que a gente acha que é tão ocidental, mas que circulou por vários lugares no mundo. O conhecimento grego foi preservado pelos árabes, que traduziam muito do grego para o siríaco e para o árabe: havia patrocínio para traduções ao árabe dessas obras que eram muito famosas da tradição grega, mas também da tradição persa, obras da tradição indiana. Então é uma multiplicidade de correntes de ideias, e tudo conflui para o mundo islâmico, e os árabes, de fato, têm no momento de sua história durante esse período que pesquiso da Idade Média, um grande avanço científico na região em termos de assimilação de conhecimento, contato com outras tradições do mundo. Isso acho muito curioso pois ninguém pesquisava, ninguém falava sobre isso, sendo que me parecia tão mais impressionante, do que por exemplo a história da igreja na Europa, tema que a gente vê na escola. Mas a história da transmissão e da preservação do conhecimento fora da Europa era um assunto pouco comentado, por mais que para mim parecesse tão relevante e importante.

Como o senhor tomou conhecimento pela obra “Relatos da China e da Índia”, em relação à qual há, atualmente, um único manuscrito conhecido na Biblioteca Nacional da França?

O livro se insere na tradição literária que mais me atrai, que é a tradição da literatura árabe islâmica do período pré-moderno, que a gente costuma chamar Idade Média, no gênero da literatura de viagens ou gênero dos relatos de viagem, que vai além da literatura: um tipo de obra que era muito comum no período, uma compilação de relatos de várias pessoas diferentes, depois reunida, de uma forma não muito trabalhada, como uma sequência de testemunhos. Trabalhando com essa temática dentro da literatura árabe clássica, cheguei a algumas obras mais representativas. O autor que pesquisei em meu mestrado é importante para a ideia de literatura produzido com testemunho de viajantes. Outras fontes também têm essas inclusões de viajantes que acabei estudando e ao longo da pesquisa fui descobrindo outras obras que estavam associadas a esta ideia. O “Relatos da China e da Índia”é uma dessas obras importantes, talvez uma das mais antigas que temos hoje dentro da tradição islâmica de língua árabe, a fazer esse tipo de compilação trazendo uma mistura entre o factual, o verídico e o maravilhoso, o inventado, o exagerado. Essa mistura, não própria só deste livro mas do contexto desse tempo histórico, é muito atraente para mim, o que chamamos de literatura das maravilhas. Acho divertido, acho fascinante, o costume da descrição um costume muito bonito em termos literário e histórico. E como é uma obra em que os observadores árabes abordam outras regiões do mundo, que não só as regiões do islã, de outras populações de culturas totalmente diferentes, é um livro muito múltiplo, de material próprio para trabalho de historiadores, geólogos, antropólogos, e até pessoas que estudam o comércio daquele momento, são tipos descritos muito importantes para uma diversidade de interesses.

Ao trabalhar a tradução, o senhor utilizou como referência o manuscrito desse livro que está na Biblioteca Nacional da França, e que é o mais antigo que se tem notícia sobre o relato desse tipo de viagem?

“Relatos da China e da Índia” é o exemplar mais antigo desse tipo de compilação que conhecemos dentro da tradição de língua árabe composta por autores muçulmanos. Data do século 9, a primeira metade dele e é o mais antigo que conhecemos hoje, pois sobreviveu em um único manuscrito que está na Biblioteca Nacional da França, está digitalizado e disponibilizado na internet. E a minha tradução é inspirada e feita desse texto. Existem estudos das pessoas que fizeram a fixação do manuscrito, então eu não precisei trabalhar com o manuscrito, pois tive acesso a mais de uma edição do próprio texto em árabe, já fixado feito por outros pesquisadores.

Qual o maior desafio da tradução?

A língua não é tanto a maior parte do desafio, porque a minha formação foi focada no árabe clássico, escrito nas fontes, não tanto no árabe dialetal, falado. Eu não sou muçulmano, então o exercício contínuo que tenho de fazer quando trabalho com as fontes que são língua árabe, e escritas por muçulmanos, é tentar me colocar sob o ponto de vista do muçulmano, em outro período do tempo, naquela mentalidade da pessoa que tem uma visão de mundo diferente da minha e que está observando uma terceira realidade. Então nesse deslocamento no tempo é inevitável fazer o exercício: como a pessoa estava pensando sobre isso, sendo muçulmano, nesse tempo histórico afastado do meu e nessa região do mundo tão distante da minha. Em uma palavra, talvez a maior dificuldade de trabalhar com livros como este seja a distância: é muito longe de minha realidade em todos os níveis. Esse é o grande exercício da tradução que é mais difícil. E tem as questões mais pontuais, os estrangeirismos mencionados no texto, que se refere a uma extensão territorial muito grande, com línguas diferentes, alguns termos são mencionados não em árabe, mas em outras línguas, então, eventualmente buscando em outros autores você encontra. Mas esses aspectos que estão no modo de pensar da pessoa que elaborou o texto são o grande desafio.

Há um choque cultural entre o islã e o funcionamento das sociedades sobretudo indiana e chinesa que o livro percorre. Em sua avaliação, os relatos trazem julgamento moral?

Não trazem. E inclusive é um dos maiores choques em relação ao contato com outras literaturas que a gente costuma ver, em que frequentemente esse tipo de olhar do observador para a população observada assume uma colocação hierárquica, de uma pessoa que observa alguém que julga inferior. Mas neste livro sinto que é mais um olhar de pessoas que entram em contato com realidade diferente da sua, estão se surpreendendo com esse contato, porque estão escrevendo coisas que são estranhas, que suscitam a reação. E de fato não é um tipo de texto preocupado em extrair julgamentos de valor ou algum tipo de conclusão categórica sobre as coisas observadas. É mais um registro do que uma avaliação moral ou um tipo de condenação ou concordância, o que é bem diferente em relação a todas as literaturas que a gente costuma associar a esse tipo de relato de viagens. Então é um tipo de registro muito prático, mais de registrar as coisas do que interpretar. Quando esse costume da interpretação aparece, está muito no subtexto, naquele nível do que não é dito, de forma tão sutil, ou tão próprio da maneira de narrar do árabe, uma nuance que se perde na hora da tradução. O livro está, portanto, muito mais dedicado a registrar coisas maravilhosas ou até valiosas, porque está falando de comércio, é um tipo de escrito dedicado e produzido para as pessoas das elites, é um tipo de coisa que precisa ser atraente, criar essa aura de realidade diferente, interessante, pois são pessoas que estão procurando o teor do maravilhoso, a contação de história que as fascina, além das informações práticas. 

Trecho de “Relatos da China e da Índia”

“Se um homem decide se imolar no fogo, ele vai até o portão do rei e pede permissão; depois, circula pelos mercados, e acendem para ele uma pira numa enorme pilha com muita lenha – há homens encarregados de acendê-la até que fique quente e incandescente como a cornalina. Então, o homem começa a correr circulando pelos mercados; à sua frente, vão pessoas tocando címbalos, e à sua volta, seus compatriotas e parentes próximos. Um deles coloca uma grinalda de plantas aromáticas na cabeça dele, preenche a grinalda com brasas e a polvilha com sandáraca, que reage com o fogo com betume. Ele continua andando com a coroa queimando, exalando o cheiro da carne chamuscada de sua cabeça; ele não muda o passo, nem demonstra aflição, até que chega à pira, salta nela e queima até virar cinzas. Um informante – que estava presente quando um deles ia adentrar o fogo – mencionou que, quando o homem chegou à pira, pegou uma adaga, colocou-a acima do abdômen e o abriu até o púbis. Depois, ele enviou a mão esquerda em suas entranhas, pegou o próprio fígado e puxou para fora o quanto pôde – tudo isso enquanto falava. Então, cortou um pedaço do fígado com a adaga e o entregou a seu irmão, a fim de insultar a morte e demonstrar sua tolerância à dor. Depois, lançou-se ao foto – e à maldição de Deus.”

Esta reportagem foi publicada originalmente no site Estado de Minas, em 23 de junho de 2023.

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