Português e espanhol representam menos de 16% das publicações científicas no mundo

Relatório adverte que esse percentual pode ser ampliado, desde que seja adotada uma política científica consciente por parte dos países da região.

A Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) divulgou  as conclusões de um relatório com os principais marcos e conclusões que emergem da 2ª edição da Conferência Internacional das Língua Portuguesa e Espanhola (CILPE), realizada em Brasília no ano passado.

A apresentação, intitulada De onde viemos e para onde vamos: línguas, cultura, ciência e inovação foi realizada durante a abertura da 3ª edição da Conferência promovida pela OEI e que este ano tem sede em Assunção, capital paraguaia. O evento segue até esta quarta-feira (24) abordando temas centrais como as potencialidades das línguas espanhola e portuguesa em áreas como a diversidade, a educação intercultural e o poder e valor da comunicação.

Ana Paula Laborinho, diretora de Multilinguismo da OEI, salientou durante a apresentação do livro que a CILPE serve precisamente “para refletir, mas também para ter um plano de ação, para tirar conclusões”. Nesse sentido, Antonio Branco, coordenador da publicação, destacou que “a preparação tecnológica linguística deve ser reconhecida como um pilar essencial na promoção das línguas”.

Espanhol e português em números

O livro coloca na mesa dados sobre o desempenho de ambas as línguas em cenários como a ciência, a internet ou a tradução de textos informativos. Como exemplo, destaca que o espanhol é o terceiro idioma mais utilizado no campo da web, e o português o quinto, porém, juntos, mal ultrapassam 15% de todas as publicações científicas do mundo. Diante disso, o relatório adverte que esse percentual pode ser ampliado, desde que seja adotada uma política científica consciente por parte dos países da região.

Em termos de traduções, o estudo indica que o espanhol é o quinto idioma mais traduzido e o português o décimo oitavo. Quando se trata de traduzir desde o espanhol ou português, o espanhol ocupa o terceiro lugar e o português ocupa o oitavo lugar.

O relatório também destaca a situação das línguas indígenas, cujos dados atuais não são precisos no continente americano, como também de seus falantes. “Não estão envolvidas apenas razões metodológicas, mas também tipológicas (classificação de línguas e variantes topolectais, por exemplo), além da dificuldade de autorreconhecimento da identidade indígena, a dispersão de seus falantes ou o difícil acesso às populações indígenas, entre outros fatores”, detalha o documento.

Esta reportagem foi publicada originalmente no site Correio Braziliense, em 24 de maio de 2023.

Créditos da imagem: Unsplash.

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